terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CADEIRA DE BALANÇO. Omar Belico

Lá no terraço estava
Uma nova cadeira de balanço
Vou ao seu encontro
Em sua direção avanço

Vou nela sentar
Lembrar da vovó
Que em uma de palha sentava
Seu tricô tricotava
Sem pestanejar

Até que a tarde caía
O chá das damas servia
Que juntas iam conversar

Penso na arvore frondosa
Que a nova cadeira cheirosa
De peroba rosa!

Lamento...

Pausa para um descanço
Da minha nova cadeira
Eu quero um balanço.

SERTÃO EM CORES. Omar

Os homens não são
São como o sertão
Sêco, branco e preto
Negando comida no chão

Tigela funda prato vazio
A fome imunda
Não tem não

Os homens não são
São a ambição
A sêde do poder
Não podem conhecer
As flores as cores e os amores

Bem lá no fundo
Eles não querem colorir
Não querem ver sorrir
Todas as dores desse mundo

NÃO DEIXE PARA AMANHÃ. Omar

Não deixe para amanhã
O que tem de ser hoje
Não deixe agora:
Um grande amor
Demora

Mas pode acabar
E ficar assim
Chorando saudades
Muitas vezes, nem mesmo a amizade
Fica no fim

Não deixe agora:
Não demora passa a hora

A noite devora
E vem a luz que ilumina
E um grande amor
Que ficou para trás nem sempre dura
Muitas vezes termina